Carlos Botelho

Carlos António Teixeira Bastos Nunes Botelho (Lisboa, 18 de Setembro de 1899 — Lisboa, 18 de Agosto de 1982), foi um pintor, ilustrador e caricaturista português. Foi aluno do Liceu Pedro Nunes, em Lisboa, tendo-se seguidamente inscrito na Escola de Belas-Artes de Lisboa, que abandonou ao fim de pouco tempo. Entre 1926 e 1929 fez, com regularidade, páginas de banda desenhada para o semanário infantil ABCzinho. Em 1928, iniciou uma crónica humorística no semanário Sempre Fixe, na página Ecos da Semana, colaboração que manteve durante mais de 22 anos. Em 1930, monta o seu primeiro atelier na Costa do Castelo, em Lisboa, na casa a que a sua mulher, professora do ensino primário, tinha direito pela função exercida. A localização desta casa, onde viveu até 1949, influenciou certamente a sua temática, oferecendo-lhe temas e referências que influenciaram o seu percurso artístico. Em 1937, integra a equipa de decoradores do Pavilhão de Portugal, durante a Exposição Internacional de Artes e Técnica em Paris. Nesta cidade teve acesso a uma retrospectiva da obra de Van Gogh que o terá influenciado largamente, determinando mesmo, a sua obra numa primeira fase expressionista. Em 1938 recebeu o prémio Amadeo de Souza-Cardoso, pelo retrato do seu pai. Em 1939, permanece nos Estados Unidos da América por um período longo, integrando a equipa de decoradores dos pavilhões portugueses, das Exposições Internacionais de Nova Iorque e de São Francisco. Em 1940, integrou uma das equipas de decoradores da Exposição do Mundo Português, em Lisboa. Neste ano recebe também o Prémio Columbano. Denominado pela crítica como “pintor de Lisboa”, Carlos Botelho é autor de uma das mais importantes colecções de Arte Moderna Portuguesa. Tendo a cidade de Lisboa por cenário, real ou fictício, o pintor encontrou uma paleta característica que varia entre os tons de rosa velho e amarelo torrado, com os seus telhados vermelhos, as janelas e mansardas geometricamente arrumadas entre azulejos e gradeamentos, construindo composições ricas em cor e volume. Botelho faz também de Lisboa laboratório de impressões e experiências que traz de outras cidades e de outros pintores, cruzando-as com as suas próprias viagens por Lisboa, na escolha dos motivos e dos modos de os registar.